sexta-feira, 16 de abril de 2010

Roteiro de delícias

Conhecer tecnicamente os destinos catarinenses é uma deliciosa aventura. Desde o I Salão Catarinense do Turismo que ensaio este post. Meu trabalho me aproxima de tantas coisas das quais gosto e por isso sou grata, mas nem sempre consigo parar para escrever extra-oficialmente. A gastronomia em Santa Catarina, sobretudo quanto à variedade e a qualidade de cozinhas especializadas, me convence de que o presente é auspicioso, o futuro promete. Se há um requisito que pesa na balança dos viajantes “auto-organizados”
(segundo as pesquisas do Plano Catarina de Marketing Turístico eles são 83% dos que visitam o estado) talvez mais para a fidelização daqueles que cultivam o hábito de viajar uma, duas vezes por ano (casais, famílias, profissionais liberais, grupos de terceira idade) do que para a escolha do destino, é a gastronomia.

Nesta semana tive a chance de degustar pratos de restaurantes de Floripa e de Balneário Camboriú, os dois principais destinos catarinenses, na mostra Brasil Sabor da ABRASEL e na Mostra Gastronômica promovida pelo Convetion Bureau de Balneário Camboriú. Mais do que a boa comida e busca pela técnica é perceptível a valorização do produto regional no conceito do produto gastronômico. Cozinha contemporânea com pitadas de tradição cultural. Provei aqui na mostra em Floripa o famoso salmão do Chaplin (de Balneário) e tive de me render ao que já tinha ouvido sobre o prato da casa. Na mostra de lá fui atrás de um repeteco, mas o prato em degustação era um penne al mare (superb!) farto em mariscos, lula e segredinhos da jovem chefe de cozinha do restaurante. Outra observação: a formação profissional e a presença deles nas cozinhas das rotas mais organizadas é quase uma unanimidade.

Não escondo minha preferência por peixes. Dei mais uma volta no salão da mostra no hotel Recanto das Águas e terminei seduzida pelo ceviche (iguaria da culinária peruana) de salmão do Pharol, um dos mais antigos restaurantes da cidade catarinense que tem uma demanda turística cada vez mais exigente. Outra grata surpresa, ainda mais em se tratando de um veterano, geralmente resistente a mudanças.

Night and day

A noite é o prato principal do menu de atrações do balneário preferido dos aposentados e dos que nem pensam em sossegar tão cedo (fantástico o set de Hector Lopez com a versão electro house de There must be an angel, do Eurythmics, na inauguração do Baleares, uma linda casa estilo mediterrâneo com decoração oriental. Namastê!). Convidativa e variada é essa vida noturna de Balneário, com sua orla iluminada ao longe pela Ilha das Cabras, paisagem verde-luz bem no meio do mar. Quando o sol nasce, ainda mais fascinante é o verde do mar do Estaleirinho, praia que me fez lembrar os recortes da Barra do Sahy. A areia grossa também se assemelha à da mansa praia do litoral norte paulista. No Estaleirinho as ondas desafiam a coragem até dos surfistas. Demorei a encarar a arrebentação ali no raso. Depois, quarenta minutos de meditação na pedra mais alta do costão foram mágicos e a explosão das ondas bem perto de mim, um inesquecível espetáculo da natureza.

O próximo post desse tema será sobre a histórica São Francisco do Sul, mais um paraíso catarinense que atrai brasileiros do Paraná, de São Paulo, e estrangeiros do mundo todo. Além do valioso patrimônio cultural, a cidade tem uma receitinha de croquete de camarão que experimentei no Salão Catarinense do Turismo e nunca mais esquecerei. Jamille, a aguerrida secretária do turismo local ficou de me mandar o passo-a-passo do salgadinho para eu divulgar aqui no blog. Fizemos até fotos para postar, porque ele não é croquete comum, a receita tem um apelo visual que acrescenta e muito ao sabor. Mas não vou contar agora, é surpresa. Se quiser comer, vai lá na 22 ª Festilha (15 a 18 de abril), não tem?