segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nós na Copa (na cozinha e na sala)

Tá engraçada essa Copa do Mundo. Quer dizer, não muito diferente das outras, neste aspecto do qual quero falar, está pra rir. Sou o tipo torcedora apenas, única e exclusivamente da Seleção no mundial de futebol. Se me perguntam para que time torço, respondo Flamengo. Só que isso é de nascença, não quer dizer que eu acompanhe futebol. Na famiglia Santoro, quem não é Flamengo vai para o banco. Sorte do meu pai que, quando foi escalado pela minha mãe, já torcia para o rubro negro.
Até agora tenho visto os jogos do Brasil na África do Sul em companhia das minhas amigas e a experiência tem sido interessante, mais engraçada do que qualquer outra coisa. Gritamos para as crianças pararem de gritar porque queremos acompanhar os "lances", mas sempre só uma de nós consegue e daí tem de narrar para as que desperdiçaram a trégua dos filhos ocupando-se de algum um assunto paralelo. A dispersão é quase geral. Falamos de tudo, dos uniformes, das jogadas, damos pitacos muitas vezes coerentes nem que sejam com a nossa conduta, não necessariamente com as regras vigentes naquela ocasião. Elegemos os mais belos, alguém sempre tem um comentário desses que leu nas revistas de estilo de vida sobre os guerreiros do gramado e, então, nos voltamos para a televisão para mais um grito de gol, mesmo com alguns segundos de atraso depois da conclusão da jogada, ou por engano. Acontece. Até cair a ficha de que a bola entrou na nossa trave, nos permitimos seguir algum coro ou puxar um equívocadamente. 
Corre lá pra cozinha, que tem mais uma receitinha saindo do forno, um balde de pipoca acalma a torcida sem álcool (uma tacinha de vinho só para relaxar). Imagina se estivéssemos na loucura da Copa, qual seria o prejuízo ao final dos 45 minutos. Melhor assim. Ué, já acabou? Nunca achei as partidas de futebol tão rápidas em toda a história da minha vida de torcedora ocasional. E já saímos dali combinadas para o próximo confronto, sempre com aquele dilema: faremos sem as crianças da próxima vez para ser mais produtivo? Nos associamos aos outros grupos? Nada se define, acertamos tudo faltando cinco minutos para o início do primeiro tempo e acho que essa tem sido a nossa receita de sorte. As crianças podem ser nossos amuletos. Até agora o Brasil só saiu ganhando! Vai lá Seleção, vai indo que nós já vamos.