quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nós chegaremos lá

Hoje abrimos nossa prática com o quinto e último príncípio do Yôga, o desapego. Em todos os sentidos, para tudo com o que ou quem interagimos, esta é uma virtude, acredito. Livres do apego, não sofremos, vivemos a plenitude da existência. Como nesta manhã éramos apenas mulheres, falamos mais sobre o desapego na criação dos filhos, pensando no exercício de compreender que os criamos para a vida, não para nós. Falamos de apego material e sobre como tudo é instável, mutável. Quanto a isso, me senti muito tranquila. Sempre tive a consciência que não somos, estamos, de que a vida é cheia de altos, baixos e intermediários, sobretudo quanto a trabalho, dinheiro, posição. Não ligo para isso. Trabalho é prazer e sobreviência para mim, por isso sempre estou feliz com o que tenho. Então chegamos no ponto crucial da lição, antes da prática. Sabendo que ninguém ali é monge ou candidato a iluminado, discutimos o apego ao Eu e como ele é necessário para as mães no momento de exercer o desapego com relação aos filhos. Olhar para si mesma, se dar tempo, importância a nossos outros interesses.
Porém, atingir a iluminação, como Buda, significa libertar-se do Eu. O objetivo mais desafiador consiste no domínio do ego, o inimigo número um do homem. Ainda mais na sociedade consumista, capitalista, desatinadamente competitiva. Mas vale o exercício initerrupto desse específico desapego, vale se conhecer, buscar o equilíbrio. Quando discutimos o código de conduta Brahmachari, uma quase iluminação, identificamos algumas possíveis abstinências que nem são assim tão difíceis, se temos uma conduta ética com relação a nós mesmos e aos outros. Alimentação, relação com a natureza e os seres, valorização e não vulgarização do sexo (até porque lidamos com uma energia de alto poder gerador de vida e de prazer, que deve ser usada com sabedoria) e da espiritualidade, com a qual conseguimos pensar e agir em harmonia com o universo. Para ilustrar o desap(ego) e disseminar o que aprendemos à luz do yôga, peço licença para postar o Narcizo de Vik Muniz, reproduzido (livremente) no Facebook (o famoso Livro Caras do querido amigo Marcinho).

Bailo comigo

As liras, cítaras sempre me encantaram. Outro dia me pego rodopiando pela sala ao som dessa versão de Norwegian Wood, do Corneshop ( em When i was born for the 7th time) como se fosse Shiva. Ando atrás da escola de dança que me fará voltar a a praticar, desde que não seja Clássico, Jazz e nem Afro, não quero dèjá vu.
Em busca de algo mais próximo do agora cheguei a me empolgar outro dia numa apresentação de Flamenco com uma conhecida de quem descobri essa faceta na excelente performance. É forte, belo, carregado de sentimentos, mas com muito sangue quente nas veias para meu momento. Can-can, a dança francesa dos desenhos da Disney e filmes de western é aeróbica demais para os meus propósitos, mas vale uma aula experimental (só não consegui ainda encaixar na rotina de três turnos).  Equanto isso, me permito ser autodidata, com adaptações aos passos e sons que me divertem pacas.