segunda-feira, 7 de junho de 2010

Inverno astral

É com grande satisfação que adentrei (no dia 30) ao que neste ano decidi chamar de inverno astral. Me ocorreu assim nomear os 30 dias que antecedem minhas 39 primaveras porque observo mudanças internas e suas influências externas com as quais fico feliz. Gostei do que li sobre o assunto e vejo porque jamais concordei muito com a alcunha mística ou religiosa que se dá ao mês do aniversário. Afinal, são 30 dias até você encontrar-se na data e horário exatos em que nasceu, motivo e tanto para alegria e celebração. Lembro que num ano desses passados, minha mãe ficou surpresa ao receber meu telefonema no dia do meu aniversário, antecipando sua tradicional chamada para as felicitações. Estranhou porque liguei para felicitá-la e agradecer. 
- Hoje você me trouxe ao mundo, parabéns, obrigada!
Foi algo que me deu na telha fazer sem nenhuma motivação que não a compreensão do que meu aniversário significava para ela. Quantas pessoas ligaram, foram até a maternidade me ver, levaram para ela flores e lhe deram os parabéns.  Passadas as sei lá quantas festinhas infantis nas quais ela também possa ter recebido parabéns pela filha (eu sempre parabenizo os pais nas festas, assim como os avós) acredito que não mais tenha sido felicitada por isso.
Neste ano meu estalo foi outro. Percebi um inverno dentro de mim, no qual permaneço quietinha, hibernando, aguardando o que o dia 30 me dirá sobre o novo que estará em mim a partir desta data. Não que eu espere acordar outra pessoa, sei que morremos com certos traços de personalidade e, sobretudo com certos valores. Mas acredito que vou concluir uma transformação em andamento. E isso é bom, sempre é. Então me diz, pra que chamar de inferno? Nem acredito neste lugar, apenas creio que ele deva ser um estado de espírito. O meu período é de inverno, aconchegante, de onde sairei feito um presente para mim mesma e, espero, para meus companheiros de jornada.