sexta-feira, 7 de maio de 2010

Turismo de sensações

Meu passaporte tá vencido, mas embarquei para Espanha e seus destinos deslumbrantes com filmes exibidos por David Cooper na abertura do Tour Film Brazil, que começou nesta quarta-feira (6/05), em Florianópolis. Madri, Segóvia, Guadalupe (na região de Extremadura) Castilla em até cinco minutos de películas muito bem roteirizadas e dirigidas despertam o desejo de viajar agora mesmo. Dos aspectos geográficos, à cultura, tudo desperta sensações pelas câmeras subjetivas e outros truques aplicados pela nova tendência em "vender" o turismo no mundo. Os destinos mais competitivos já perceberam que a internet e a tv paga são as mídias mais eficientes para acertar o alvo: viajantes auto-organizados, aqueles que planejam e compram seus roteiros pela prateleira de consumo que mais cresce neste setor. As agências de publicidade dormem no ponto ao permanecerem presas ao modelo ultrapassado de comunicação atrelada ao ganho com as veiculações na mídia de massa. Não que uma invalide a outra, mas é preciso sair um bocadinho do trivial. No competitivo mercado de viagens e turismo, Cooper assinalou o que papas da comunicação de marca no Brasil, como Jaime Troiano, falam há muito tempo: o cliente não investe mais sem conhecimento de retorno. O nome técnico disso é ROI - Return On Investiment - algo que lá por 2000/2001 entrou na pauta dos marketeiros e virou uma pedra no sapato dos publicitários, não habituados a levar planilhas para reuniões com clientes. Acontece que as grandes marcas passaram a exigir relatórios que comprovem a eficácia dos recursos investidos na comunicação, com percentuais, sobretudo cifras. David Cooper, premiado por filmes de turismo da Espanha diz que os destinos mais profissionais do mundo não brincam em serviço. Então, apresentou as películas premiadas que arrancaram suspiros, além dos aplausos da platéia em Florianópolis e abriu planilhas para mostrar que cada Euro investido em um filme turismo, exibido na internet e em canais pagos, equivale a 41 Euros pagos para veiculação de peças em mídias de massa, sem atingir objetivos esperados. Cooper diz que entrega no pacote das suas produções (Videon) os resultados também dos filmes sobre aspectos como aumento de visitantes após a promoção do destino, geração de empregos no setor, entre outros recortes.
"O viajante do futuro é jovem", argumentou o produtor a favor da mídia web, amparado pela constatação de que o turismo é uma atividade crescente no mundo e tende a influenciar cada vez mais as economias dos países, tornando-se um hábito de consumo das próximas gerações até pela consciência do ser humano sobre a importância do equilíbrio entre trabalho e ócio (para o bem estar), vida e conhecimento. Os filmes de Turismo são veiculados em canais internacionais, promovem os destinos para viajantes qualificados pela audiência paga. Mais do que a qualidade técnica (3D e outras vedetes do momento nas produções audiovisuais), o grande apelo dos filmes de turismo é a penetração em mercados estratégicos, a visibilidade que oferecem aos destinos pela exibição e possível premiação em festivais mundo afora. É ver para crer.