sexta-feira, 30 de abril de 2010

Carta para o meu amor

Minha filha, aqui estou eu pronta para festejar (porque agradecer por você, o faço todos os dias no meu papo com Deus) seus oito anos. Desde os 19 milímetros, quando te avistei pela primeira vez no ultrassom, te amo. Desde as minhas preces te pedido a Deus (e ao Senhor do Bonfim, quando amarrei aquela fitinha lá grade da igreja dele na Bahia) te espero, te desejo. Agora te vejo crescer e aprendo contigo a ser mãe, a ser uma pessoa melhor, a viver no mundo dos adultos, responsável não mais somente por mim, mas por alguém que eu trouxe à vida, para uma existência. Ensino a você o que aprendi com a minha mãe e meu pai e com a vida.
Sei que você me conhece como te conheço, que você também sabe tudo o que sinto, desde que habitavas meu ventre. Das alegrias aos medos, coisas que todos nós temos, gente pequena e gente grande, da hora que nasce até hora em que morre. Um dia, quando voltávamos da natação, eu segurei você ainda na minha barriga e te disse: - Estou ansiosa porque falta pouco pra você sair daí, vai ser demais ver seu rostinho, saber como você é. Mas estou com medo porque aqui te carrego em segurança, meu amor.
Você nasceu e este foi o dia mais feliz da minha vida. Esse medo foi embora e descobri um mundo novo. O tempo passou e com você desvendei em mim um novo ser: forte, leve e livre.
Você está comigo desde a sementinha e só me faz feliz, a cada segundo, a cada sorriso, a cada birra, a cada momento compartilhado nesses oito anos. Como sempre digo, serás meu bebê até quando fores um adulto, como eu, que ainda ri de bobagens, chora, faz birra, tem coragem, tem medo, acerta, erra, aprende, evolui. E o meu colinho para sempre terás, minha Bela flor, minha pequena Buda,  meu grande, sublime, verdadeiro e mais puro amor.
Ah, e não me arrependo nem um pouquinho de ter ajudado você a encaixar o dedinho na boca, aos dois meses, quando percebi que, como eu, você não gostava de chupetas e precisava do dedinho amigo para dormir e se acalmar (até calinho igual ao meu você fez!). Eu também sabia que um dia isso ia passar, porque tudo passa nessa vida. Olha eu, não chupo mais dedo e larguei esse hábito (nada bom para a saúde) aos oito anos. A Neiduca (nossa dentista amada) que me perdoe, mas eu confesso esse pecado maternal, embora já esteja contigo, minha filha, na campanha do "fora dedo" e fazendo orçamento do aparelho ortodôntico pra ajudar você ficar com um sorriso ainda mais lindo.