sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Julie, Julia e eu

Famintas desde a hora do almoço e sedentas pela programação das 21:40 no cinema, eu e minha fiel escudeira não esperávamos rir tanto, como há muito não fazíamos. Devoramos uma pizza média de atum (eu prefiro aliche, mas...) e portuguesa em 15 minutos e disparamos para a Sala 2. Por nada eu perderia esse filme, falei no post sobre o livro de receitas afrodisíacas e contos de Isabel Allende, lembram? Uma louca  Julia Child (Maryl Streep) garantiu quase todos os momentos de total descontrole sobre nossas gargalhadas na fileira quase vazia que nos permitiu tirar os sapatos e nos estarrarmos como no sofá de casa. Outra atrapalhada, mas apaixonada Julie Powell (Amy Adams) me fez refletir sobre algumas patinadas (sim, eu já liguei pro trabalho e avisei que não ia, chorando com o pé inchado por uma megatorção causada pelo pudim de leite espatifado no chão da minha primeira cozinha) entre receitas que não deram certo e saborosos bocados de vida.
Recomendo, muito, muito mesmo Julie& Julia e queria ter o livro de cozinha para mulheres americanas sem empregadas. Lá pelas tantas tem Talking Heads (psyco killer) no hilariante assassinato das lagostas. Isso me comoveu e me fez cantar bem alto (eu não temo platéias, ainda mais quando são pequenas como essa de hoje). E eu amei a blusinha com estampas de cerejas (o botton de Julie é meigo) em perfeitas leituras aplicadas para as duas personagens em cenas sequenciais.

Entre hmmmmms e eeeeeeecas, vamos lá, deixa eu listar o que nunca vou tentar preparar até porque jamais tive coragem de provar: ovos nevados (putz, que nojo, não esperava ver essa receita no filme)  e ossobuco (não tá no filme, mas tenho trauma causado pelo incidente que presenciei certa vez com meu colega de trabalho "uógner" que um dia eu conto). E quanto a desossar um pato ou qualquer outra ave, ainda vou tentar. Acho isso mágico, já vi feito, mas quero acompanhar o processo, dominar a arte. Só não me desafiem a matar nada. Aliás, em Afrodite, Isabel Allende também relata (e repudia) algumas atrocidades inevitáveis em receitas que "inibem a libido" em frações de segundos. O romance fofinho de Julie e Eric rende deliciosos suspiros. Como não gosto tanto assim de açúcar, cheguei em casa doida pela trufa de chocolate, mas me contentei com a gelatina de framboesa. Tinha esquecido que foi minha dose de ontem, depois do jantar. Também amo manteiga Julie e Julia, mas só uso na culinária. Meu café da manhã, já faz algum tempo, é chá branco, fruta e bisnaguinha com requeijão light. Iogurte pra variar. Tá bom, cada coisa a seu tempo.   

Nenhum comentário: