
Quando cozinhava para crianças, costumava ter no cardápio uns pratos divertidos, tipo essa saladinha aí que fiz outro dia pra Bela e chamei de Black Green. Não é uma graça? O efeito é mágico e para quem torce o nariz diante dos verdinhos e demais colores no prato (quanto mais colorida for, mais saudável é a refeição) e a brincadeira de montar o personagem é um estímulo à experimentação. De vez em quando faço as minhas panquecas coloridas dos duendes, deliciosas e lindas como se fossem de massinha de modelar. A receita é a mesma das tradicionais. Apenas substituo a água (nunca uso leite) por suco de espinafre, cenoura, beterraba. Aí, o recheio pode ser de ricota com nozes, carne temperada, frango com açafrão (essa é bom usar na de massa verde ou vermelha). Pensei que nessa fase roqueira-pre-adolescente-precoce ela ia esnobar meu James Brown orgânico, mas abriu aquele mesmo sorriso (não, ela gargalhou meeeeesmo) de pequenina, achando graça do boneco. A boca do carinha, assim meio de lado, fazendo tipão, é proposital, ok? Fiquei feliz ao ver que minha menina não perde "o bonde" (isso é inevitável e necessário, que fique claro aos pais) mas preserva a essência de sua infância. Que seja criança enquanto tem de ser e não uma mini-adulta presa aos padrões impostos pela mídia e pela sociedade de consumodescontrol. Não sou comunista, nem consumista, sou normal. Minha filha cresce assim. Li outro dia sobre os perfis de crianças na faixa etária da minha e me apavorei com uns tipos bembi (licença para usar o nome do seu blog, Cibela?) que estão por aí: nerds, péla-sacos, peruinhas, descolets decorados com o verniz social dos pais ou construídos pela ausência destes em suas rotinas.A falta de tempo, as exigências da vida moderna e todos os culpados que apredemos a reconhecer nos divãs ou nos artigos de especialistas nos confortam. Mas nada me parece mais simples e elucidativo: a inocência na dose certa faz bem para a alma e constrói pessoas melhores, com histórias de vida bem mais saborosas. Bom apetite !
5 comentários:
Ai, Neguita, tu não EZÉSTE!
Me deu invejinha da Bela que se delicia com comidinhas da Nega-Mãe cheia de cores, sabores e amor!
Vou fazer um black-green pra ver se a minha magricela come mais saladinhas.
Ah, e pode usar o BEMBI for ever...
Beijo, love!
eu ia ficar com pena de comer um troço tão bunitinhu hehehehe
ailóviu cumadi e serei sempre uma saudasa cliente da Sinhá Saúde
Nega.
Vi uma reportagem sobre comida no Japão _ acho que era até o Globo Reporter (whatever). As mães fazem isso no lanche das crianças da escola. E é uma coisa de competição pra ver quem faz a mais bonitinha. A mãe que não faz pode ficar com fama de ruim inclusive. As crianças adoram. Tais na moda minha preta! Hehehe. Um beijão do amigo. Dévio.
Amados, boto água no feijão e faço um caldo de coração pra todos vocês!
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