domingo, 28 de novembro de 2010

Esse Avaí...

Jamais neguei que sou torcedora de oba oba e meu time é Flamengo porque não existe Santoro que descumpra tal exigência gravada em nosso DNA. Porém, os domingos dos últimos dois anos me tornaram uma observadora mais simpática desse movimento apaixonado de homens e mulheres pelo futebol. Partidas emocionantes anunciadas por bandeiras nas sacadas do meu prédio avisam que no dia reservado ao repouso, a terra vai tremer. Partidas emocionantes, pontos disputados, títulos sonhados, ascensão à elite. Queda, lágrimas, também estão nesse enredo. O fato é que não consigo mais ficar alheia, nem mesmo ignorando o noticiário. No meu trabalho muitos são os torcedores do time cujo coração pulsa no bairro vizinho e arredores. Minha rua é como se fosse a veia aorta nesse sistema por onde circulam os milhares de hemácias, com glóbulos azul e branco. Eles desembocam lá adiante, jorrando pela  avenida em direção ao estádio. Dependendo de como irrigado foi o fígado (e não estou me referindo a cervejas consumidas, mas a emoções processadas) retornam com ainda mais vigor. Então, o pulsar nos contagia aqui no alto. É bonito mesmo. Olha que nem o casal mais rabugento do prédio, o que costuma reclamar na portaria quando as crianças se esbaldam de rolimã no pátio lá embaixo, liga  para o estardalhaço do time local. Por questão de patriotismo, meu time em Santa Catarina deveria ser o Figueirense, afinal cresci lá no continente. Mas minha filha justifica:  mãe, você mora aqui, pode torcer! Esse Avaí faz coisa mesmo.

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