quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O dia em que o corpo enganou a mente

Puxei o ziper da pasta e ali encerrei mais um dia de exaustivo de trabalho. Compensador é descolar os ombros das orelhas, descer do salto, desfazer o coque, deitar no chão e jogar as pernas lá pra cima do sofá. No ritual começo por desativar os tags de mais um dia. Nada do que vi e ouvi nas últimas 10 horas me interessa agora.
Fecho os olhos para enxergar o nada e me flagro pensando na edição da Elle que minha colega de trabalho comprou e lemos durante nossa viagem no ipad. Na reunião para discutir um conceito de wellness, tínhamos descambado para as delícias de se ter tudo à mão, seja pela tecnologia ou pela eficiente onipresença do consumo, até onde teoricamente não deveria estar. Vimos tudo isso como benefício. Nem que seja embalado pela busca de equilíbrio para uma vida melhor, o consumo dita a vida em sociedade e, por via de regra, radicalismos não servem para praticamente nada. Apenas para nos tornar figuras intolerantes e chatas. Consciência não exclui consumo, o equilíbrio é que faz a diferença. Assim como a meditação não exclui pensamentos, mas nos ensina a qualificá-los. E o que faço eu agora com esses tags do dia pensando em como juntar os raciocínios numa frase para apresentar ao meu cliente? Trabalho. Oh, não, meu corpo relaxado me iludiu, que sagaz!
 Para tudo, por favor. Espera aí, deixa eu abrir uma porta imaginária aqui. Ahhhh, pisei numa areia branca fininha e fresca e caminho agora para um mar cristalino com ondas amistosas. Ufa, estou meditando para o meu bem estar. E minhas chances de que esse registro vire a grande sacada do dia seguinte são bem maiores.

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