sexta-feira, 9 de abril de 2010

Não é Cosme e Damião, mas tem doce para todos

Do blog do Fifo (http://cine-luz.blogspot.com/) vem a dica para não perdermos Doce de Coco em exibição pelo estado neste mês e no próximo. O filme de Penna Filho será exibido gratuitamente em 25 cidades catarinenses a partir de 8 de abril e entra em cartaz no circuito nacional em 14 de maio, em São Paulo. Mais um pouquinho e eu estaria lá na platéia, bem orgulhosa, já que desembarco na metrópole no mesmo mês para o Salão Nacional do Turismo.
Porém, o que motiva este post, mais do que a curiosidade para ver essa nova produção catarinense, é o fato de, tanto as exibições em Santa Catarina, quanto a nacional, pelo sistema digital e em película, integrarem o projeto “Cinema Para o Povo Sem Tela”, apoiado pelo Funcultural - Fundo Estadual de Incentivo à Cultura. Inicitiva e tanto essa, porque o que fazemos tem de circular, o contribuinte catarinense deve ter acesso à produção que ajuda a financiar, não é mesmo? A recente Mostra de cinema Brasil-Alemanha (Diálogos em Cena) também foi itinerante e gratuita. Para quem não sabia ainda, o Fundo Estadual de Cultura incentiva a Maratona de Cinema de Santa Catarina, um projeto com quatro anos de estrada. A tela itinerante já levou cinema para mais de 200 mil pessoas, em cidades onde as salas de projeção nunca existiram, foram extintas e, sobretudo, onde a população não pode pagar pelos ingressos ou pelas locações de vídeos. Nágela Fadel, que criou a Maratona e executa o projeto com a ajuda de um assistente (dirige o carro, monta a tela e improvisa cadeiras em praças públicas, salões paroquiais, ginásios de esportes, escolas públicas e associações de moradores) diz que hoje as cidades ligam perguntando quando a Maratona vai passar. As sessões são por faixa etária, bem como a seleção da programação (blockbusters, curtas e longas catarinenses, docs, filmes nacionais e estrangeiros). Algumas aniações já exibidas na Mostra de Cinema Infantil, até onde soube, foram incluídas nesse circuito quase mambembe, bem ao modo Bye Bye Brasil, e a criançada do interior deve ter adorado conhecer personagens e narrativas diferentes, de autores outros países. Os idosos também comparecem em peso, segundo os relatos de Nágela. Muitos até colocam a melhor roupa para "ir ao cinema", é realmente um dia diferente em suas rotinas. Isso não tem preço para quem faz arte ou mesmo acredita nela como meio de inclusão, de educação ou de simples lazer.

Voltando ao Doce de Coco, estou ansiosa para ver o Ribeirão da Ilha, lindo cenário histórico de Florianópolis, na comédia dramática sobre uma família de classe média em um país em crise financeira. Ainda mais que fala de gente que não desiste, nem afrouxa diante de dificuldades, como a sacoleira Madalena e seu marido Santinho, artesão sacro que lutou contra a ditadura militar. Em vez de pipoca, quero comer doce de abóbora com coco que só minha mãezinha faz pra mim. Hummm, bateu o desejo, vou ligar agora mesmo pra ela e fazer a encomenda.

Um comentário:

Fifo Lima disse...

Obrigado por replicar o Doce de Coco, Chris. Também não vou perder a sessão no Ribeirão da Ilha. Beijo.